domingo, 30 de setembro de 2012

Sr. Anjo

Que ele te vele em seus sonhos
Seus olhos verdes descansam serenamente
Um sorriso tirado do meu rosto
Quero que fique bem
Que seu sono seja doce nesta e todas as outras madrugadas
Rosto corado e tocado delicadamente pelos meus dedos
Necessito te acariciar
Um beijo na sua testa para acalmar
Pesadelos tortuosos espantados por mim
Eu disse que queria te proteger
Eu falei sério
Mesmo com tudo isso acontecendo
Eu encontro um tempo para pensar nisso
Não quero que acorde
Parece um anjo dormindo
Ainda que meu tempo acabe te observando
Eu voltarei na noite seguinte

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Não finja que está tudo bem

Não finja que está tudo bem
Devia saber que não deveria esconder a verdade
À mostra embaixo dos seus olhos
Isso no meu rosto são lágrimas
Isso no chão é o meu sofrimento reprimido


No verão eu não quero usar vestido
Eu não quero ir à praia
Está frio aqui e meus irmãos entendem
Por que você também não pode entender como uma criança de 6 anos?

Não piore as coisas
Não deixe as coisas como estão

Meu quarto está pintado com flores
Isso é degradante
Humilhante
Esse mundo não é meu
É o que você insiste em me fazer gostar
É o que você insiste em me fazer acreditar

Não diga meu nome de batismo
Ele não vale nada
Ele nunca foi meu
Eu tenho medo de tê-lo para sempre como uma perseguição

Pai, por que não entende o que realmente sou?
Mãe, por que brinca tanto com isso?
Pais, por que querem tudo do seu jeito?
Por que acham que meus braços estão mutilados?
Por que acham que estou chorando agora?
Não me obriguem a sorrir novamente
Como se tudo estivesse bem

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Ninguém entende meu pai


Quando nasci minha mãe não me quis, fui deixada na floresta para morrer. Mas graças a Deus fui achada pelo meu pai.
Eu cresci vendo ele andando de um lado pro outro com seu terno elegante e sua alta estatura, eu nunca sabia o que ele estava sentindo, não conseguia decifrá-lo, mas fui me acostumando. Ele me ensinou tudo, a ler e a escrever, a cuidar dos animais que volta e meia eu achava ferido na mata, a vida do outro lado do bosque, tudo do essencial.  A floresta tinha muitas árvores altas com galhos compridos e eu gostava de brincar ali, mas papai me falava para não ir à noite, existia a lenda de que seres armados até os dentes viriam para me pegar e eu nunca mais retornaria para casa.
Lembro que papai saía à noite dizendo que ia se alimentar daqueles seres armados que teimavam em adentrar nossa floresta, eles eram invasores. Eu me encolhia na cama e não sentia medo, sabia que nada me faria mal na nossa pequena cabana com meu pai à solta.
Lá pelos meus 6 anos comecei a me sentir solitária. Perguntei a ele se conhecia mais alguém como eu.
 - Leslie, se quiser eu consigo alguns amiguinhos pra você. - acolheu-me com um de seus braços longos.
A verdade era que papai também andava muito solitário, apenas eu como companhia e nunca tinha o visto com uma mulher.
 - Pai, por que você não se casa? - indaguei, enquanto sentávamos num tronco de árvore caído.
 - Porque não há mulheres da minha espécie.
 - Hm...
Papai também era cego, mas ele sentia tudo ao redor com seus tentáculos grandes, pretos e elásticos nos quais adorava me balançar quando eu era bebê. Ele disse que podia "ver" através deles, eu, como uma boa filha, me surpreendi e achei o máximo tal capacidade.
No dia seguinte, estava brincando do lado de fora da cabana e ouvi papai chegando. Levantei-me das folhas e percebi, com os olhinhos brilhando, uma garotinha desacordada nos tentáculos dele. Ela era da minha espécie e usava um vestido rosa e cheio de terra. Seus cabelos castanhos eram encaracolados, diferentes dos meus, loiros e lisos. Papai falou que não tardaria a ela acordar, então a coloquei em minha cama.
Fiquei ali, fitando seu rosto pálido, então percebi que também era da espécie dela, também era uma armada! Eu nunca senti-me tão semelhante a alguém, será que eu também sou um monstro e papai era o único normal?
Meus pensamentos foram interrompidos pelo despertar sacolejante da menina. Ela me viu e saiu da cama, parecia querer achar a saída. Eu me levantei e fui com um sorriso até ela, ela se assustou e me empurrou, parecia apavorada.
 - QUEM É VOCÊ? EU PRECISO SAIR DAQUI! TEM UM MONSTRO À SOLTA!
Eu tinha batido a cabeça e doeu muito, lágrimas escapavam de meus olhos verdes e infantis.
Então papai apareceu enfurecido na porta, os tentáculos agitados. A garotinha gritou desesperada e ficou paralisada, ele havia a hipnotizado. Eu admirava os poderes do meu pai, mas nunca tinha os visto sendo usados.
A partir daquele momento, vi aquela garota desfalecer nos braços dele, e, bem, fiquei sem reação.
Após o acontecimento nos sentamos para conversar no tronco caído de sempre.
 - Você é um deles, Leslie, mas é diferente, é minha filha. - disse ele, calmo. - Nunca deixe ninguém te machucar.
 - Sim, papai. Você se alimenta dos armados?
 - Chamam-se humanos. Não, eu não preciso me alimentar.  Eu apenas os impeço de chegar perto e mato quem acho uma ameaça a você.
Eu o abracei e perguntei quando poderia sair da floresta para visitar o mundo humano e ele respondeu só quando eu completasse 15 anos.
Pelos próximos anos, papai sempre tentava me trazer amiguinhos, mas eles sempre me machucavam. Disse-me que os humanos o chamavam de "Homem Esguio" ou "Slender Man", eles o tratavam como um monstro, mas eles que eram os monstros, meu pai é a pessoa mais meiga e doce que já conheci e matava para proteger nossa floresta e consequentemente eu.
Mas até que um dia, aos meus 14 anos, um garoto lunático veio para a floresta por si só, parecia perdido. Ele usava grandes óculos quadrados e azuis, cabelos pretos e 12 anos. Trajava uma camisa verde, calça preta e tênis. Lembro que papai conseguia minhas roupas com as vítimas, ou as hipnotizava para comprar para nós. Eu encontrei o garotinho sentado num tronco caído, um pouquinho longe da cabana e parecia pensativo. Sentei-me com ele.
 - Olá... - ajeitei meu vestido.
 - Olá... - ele respondeu, um pouco surpreso.
 - Eu... Eu moro por aqui... E você?
 - Você mora aqui mesmo com as lendas do Slender Man? - arregalou os olhos.
 - Sim... Na verdade nunca me machucou.
 - Incrível... Bem, eu moro na cidade.
 - Como é lá?
 - É movimentado... Cheio de poluição. Por isso estou aqui, o ar é mais puro.
 - Ah sim...
 - Qual o seu nome, menininha?
 - Leslie.
 - Max.
Conversamos por um longo tempo e quando a noite caiu ele teve que ir embora, mas prometeu voltar no dia seguinte.
Cheguei em casa e papai pareceu feliz, ele devia ter me visto com Max. Eu o abracei e fui dormir.
                                                                               ***

No dia seguinte amarrei meu cabelo com uma fita que usava em ocasiões especiais, papai reclamava que eu mantinha meu cabelo na cara e não usava a fita para prendê-los, mas eu ria e não ligava para isso. Vesti meu vestido florido e soltinho e fui esperar Max no tronco.
Ele chegou meia hora depois com uma mochila amarela nas costas e uma boneca coreana nas mãos, ela parecia muito comigo.
 - Pra você. - me deu a boneca. - Não disse que seu aniversário é amanhã?
 - AH SIM! - peguei a boneca e sorri. - Agradeço, é linda. - ele sentou-se ao meu lado. - Eu quero que conheça o meu pai... - mordi o lábio inferior.
 - S-Seu pai?
 - Sim, se somos amigos... Na verdade, você é o primeiro amigo que tive.
 - Nossa, você não deve sair muito mesmo daqui... Mas então ok. Onde ele está?
 - Ele deve estar em casa agora.
 - Leve-me até lá.
Assenti com a cabeça e o guiei até a cabana. Por causa do barulho dos nossos passos, papai teria nos ouvido.
Encontrei-o cortando madeira ao longe, precisávamos de lenha para a lareira quando fica muito frio.
 - Vamos sair daqui o mais rápido possível! - disse Max, desesperado e pálido, mas falando minunciosamente baixo.
 - Por quê? - sussurrei.
 - É o Slender Man!
 - É o meu pai!
Então ele arregalou os olhos, assustado.
 - C-Como?
 - Ele me adotou, fui abandonada nesta floresta quando era bebê. Vamos, ele não vai te fazer mal.
Max tomou coragem e prosseguiu comigo.
 - PAI! - falei alto para ele escutar o chamado. Ele se virou.
Max ainda estava pálido.
 - Oi, filha... Quem é o seu amigo? - voltou a cabeça para o menino ao meu lado.
 - Esse é o Max. Max, esse é o meu pai.
 - Olá, Max.
 - O-Olá... Pai da Leslie... - relaxou um pouco.
                                                                   ***
Max tinha ido embora devido ao horário, mas pelo menos ele soube o que o "temido Slender Man" não era tão "temível" assim.
No dia seguinte eu iria conhecer a cidade com Max, já que faria 15 anos. Papai mandou eu ter cuidado, que não conversasse com estranhos -todos- e que voltasse cedo.
Eu estava animada e logo fui dormir para o tempo passar rápido.
                                                                ***
Fui sacudida por papai, ele havia preparado um bolo de morango -meu favorito- para mim, que estava sobre a mesa da cozinha. Bati palmas e o abracei, ele me desejou feliz aniversário.
Na verdade, minha felicidade estava completa: já tinha um amigo e um pai presente, mais do que qualquer coisa que eu poderia querer, visto que não tinha muitas ambições.
Max chegou mais cedo, sorridente. Parecia eufórico para mostrar cada canto de onde morava.
Papai parecia meio triste, devia ser pela sua garotinha estar crescendo, mas seus tentáculos estavam abaixados, meio que depressivos. Era como qualquer outro pai que amava sua filha estaria se sentindo no momento. Dei um último abraço nele e fui para a saída da floresta com Max. Ajeitei meu vestido, nervosa, seria minha primeira vez longe de casa.
Fui olhando para o chão, logo avistei o asfalto negro e interessante ao meu ver. Levantei a cabeça e vi prédios descascados, afinal, a cidade em que morávamos não era grande, era pacata, antiga. Logo mais humanos começaram a aparecer, andando sobre as calçadas até a esquina e um pequeno carro atravessou para podermos ir até o outro lado. Max me levou até uma loja de bonecas que pertencia a sua avó, uma senhora de 60 anos, de acordo com ele.
A loja era linda, tinha cheiro de morango e era repleta de prateleiras cheias de bonequinhas de pano, plástico e etc. Eu me encantei com tudo aquilo, provavelmente meus olhos estariam brilhando no momento.
A avó de Max veio me trazendo com um sorriso, uma boneca quase do meu tamanho. Tinha uma pele pálida, lábios rosados, olhos verdes e cabelos loiros e macios, era eu! Agradeci e visitei o segundo andar da loja, passamos o dia ali.
                                                                    ***
Voltei para casa acompanhada de Max, apesar da hora -estava quase de noite-, ele gostou de ter me levado para conhecer a cidade.
Papai já estava na mesma posição que fazia quando me esperava chegar: sentado na poltrona "olhando" para o nada. Sentei em seu colo e lhe mostrei minha boneca nova.
 - Linda, Leslie... - disse ele, sonolento.
 - Você é um ótimo pai... Só que ninguém te entende. - sorri.

Liricamente Quebrado


Quando eu acordo você não está mais lá
Você é um sonho
Você não é real
Não há nada que possa me fazer sorrir agora
Eu nunca me senti tão quebrado
Em toda minha vida eu nunca me senti assim
Eu me dei mal, amor
Nem todas as músicas podem descrever
E quando a escuridão cortante
Revela minha solitária posição
Eu penso no que podia lhe dizer
Não
Eu prefiro deixar pra lá
É um piano tocando nos meus ouvidos
Um violino debochando da minha incapacidade
Um soprano bem elaborado
Abro meus olhos
Vejo como está nublado lá fora
Nublado desde o dia que te conheci
Líricamente quebrado

sábado, 15 de setembro de 2012

Carta Psicopata


"Bem, isso não é um conto de terror ou nada parecido, mas talvez, talvez lhe faça pensar. Serei o mais breve possível, vendo que não estou numa situação muito amigável.

Nunca mexi com ninguém, eu era eu mesmo no Ensino Fundamental 1, mas as coisas naquele tempo não eram nada fáceis para mim. Meus colegas me desprezavam totalmente, xingavam, agrediam, eu sempre fui a criança gorda e feia. Não lembro em nenhum momento de ter algum amiguinho sentando do lado, então nada melhor a fazer do que sentar no fundão. Naquele tempo, eu não sabia o que era Bullying e não contava nada pra ninguém, tamanha a inocência. Lembro que gostava muito de rir, sempre sorridente... mas isso foi mudando pouco a pouco... Eu me olhava no espelho e me perguntava se tinha algo errado, será que eu era muito estranho mesmo? Será que eu era chato o bastante para me tratarem daquele jeito? Meus pais não sabiam de nada e eu não via motivos para contar, mas hoje eu sei que devia ter contado. Nunca revidei, nem ao menos sabia me defender, um completo desajeitado.

Cresci mais um pouquinho, percebi que para fazê-los parar pelo menos psicologicamente era preciso formar uma espécie de bloqueador de sentimentos, eu não precisava de amigos, eu conseguiria fazer tudo sozinho sem ninguém pra me encher, comecei a pensar que a individualização me faria crescer e eu não viraria um babaca como meus colegas, seria mais inteligente e calculista. Iriam ver no que eu me tornaria e me respeitariam, mesmo que ficassem com o mais puro medo de mim.
Com mais um pouco de crescimento, o ódio só fez aumentar, nasceu em mim um desejo sanguinário e crepitante como fogo. Minha personalidade ia se moldando como sociopática, os sentimentos se tornavam cada vez mais difíceis de entrar. Meus pais eram superprotetores, o que me deixou inseguro das coisas. Uma mistura doida, eu sei, mas assim fui criado. Minha inocência ia se esvaindo, eu teria então, tendências a matar, principalmente quem havia feito eu sofrer na infância. Mudei minha aparência - o jeito já havia mudado- e de repente as pessoas começaram a gostar de mim e me dei conta que podia tirar proveito de tudo aquilo. Colegas dando em cima de mim, os mais atraentes eu me interessava, manipulava de acordo com os meus desejos facilmente, o amor inexistia, tudo o que eu conseguia sentir era ódio e paixão, nunca amor. Teve um tempo em que cortava os pulsos, mas isso não limparia o mundo. Eu precisava limpá-lo.

Aquele ambiente de hipocrisia, fofocas, preconceito, intrigas, tudo o mais que a humanidade guardava gritantemente. Eu precisava matá-los, precisa proteger os mais indefesos dos mais fortes que repudiavam deles, mais dor e sofrimento seria inadmissível.
Minha frieza chegou a tanto que não me importaria em matar alguém, pelo contrário, me divertiria com seu sofrimento. Eu já não me importava se a pessoa ao meu lado como parceira amorosa estava sofrendo ou não, meu humor mudara para sádico, continuava me revelando como um monstro ou um demônio. Sim, demônio. Meu irmão tinha percebido isso e disse que eu não tinha coração. Na verdade eu me diverti com seu comentário e entendi como um elogio.

Meus planos de varrer a cidade das putas e bêbados era totalmente apoiado pela minha discípula e melhor amiga Alice, ela eu tinha conhecido quando criança, até ela fazia aquelas "brincadeiras" comigo, mas foi diferente, foi a mais leve que já me fizeram e atualmente somos confidentes e com uma relação de "pai e filha". O mais perto que chamam de amor eu senti por ela, para terem uma ideia.

As pessoas se apaixonavam por mim e por meu belo rosto e corpo, atrativos usados como camuflagem, enquanto minha paixão por tortura ia crescendo e se desenvolvendo. Alice me ajudava nas ideias -ela era perita nisso- e eu imaginava diversas mortes. O medo virou divertimento, então eu praticamente não sentia mais medo, e isso era muito bom ao meu ver, estava me tornando poderoso, ninguém poderia me atacar em sã consciência sem ficar paralisado. Eu já raramente ria, não era mais uma criancinha boba e desajeitada, iriam pagar pelo que me fizeram. Eu era sádico, a dor me alegrava e o desejo de matar me acertava em cheio no coração, mas ao mesmo tempo gostava de ser honesto, eu não queria ser comparado ao resto do lixo humano.

Até que eu o conheci por meio de Alice. Ele aparentemente não era ninguém interessante, então pouco me importei.  Quase um ano depois, conversando quando eu não tinha pra fazer pelo Facebook, eu percebi algo diferente aflorando em mim... Como uma bela e meiga flor nascida no meio de uma guerra sangrenta. Foi um completo baque, uma surpresa imensa, eu sabia que era amor, já tinha escutado várias pessoas falando desse sentimento até então desconhecido para mim. Foi harmonia, alegria, tristeza, algo maravilhoso e eu não teria coragem de machucá-lo, manipulá-lo... Pela primeira vez eu fazia questão de ser verdadeiro com uma pessoa e aquele garoto já era tudo pra mim. Eu contei a ele o que estava acontecendo, eu revelei meu comportamento, ele era muito especial, muito perfeito ao meu ver... Dava uma vontade inexplicável de me entregar totalmente, de tratá-lo com todo amor, carinho e respeito e muitas outras coisas sem nome. Eu não queria deixá-lo preso a mim, mas ao mesmo tempo queria que ele fosse só meu, tudo muito confuso... Se ele dissesse para eu parar com ideia homicidas eu parava, se ele dissesse para eu ficar calmo eu me acalmava, mesmo que estivesse a ponto de explodir o universo...

Mas a minha sede de sangue não cessou. E a primeira vítima... Bem...
Meu irmão tinha passado dos limites. Ele e a minha filha Alice tinham brigado mais uma vez, eles não paravam de brigar, um não suportava a existência do outro. Ele reclamou dela, chamou-a de vadia e me falou para parar de falar com ela.

Sabe... Eu consigo tolerar muita coisa, meu auto-controle sempre foi bom, mesmo que os únicos sentimentos que eu conhecesse fosse ódio e paixão -agora amor-, mas chamar A MINHA FILHA de vadia, ou mesmo deixá-la triste ou tratá-la mal, eu explodo no primeiro segundo. Meu irmão já havia chamado-a disso várias vezes, mas eu sempre abria uma discussão em que eu vencia, mas desta vez eu não resisti. Além do mais, ele sempre me irritava, não me faria falta. Ele me empurrou, eu estava cortando um queijo com uma faca e rapidamente cravei-a em seu peito. Sua face expressava o mais puro terror, não acreditava que eu realmente tinha levado-o para a morte. Não conti um sorriso sinistro, gargalhei com o prazer estabelecido e aprofundei a faca ainda mais. Girei-a, tirei-a e cortei o pescoço dele. Ele caiu no chão e nem percebi que tinha lambido o sangue da lâmina.

Corri para fora do nosso apartamento -eu e ele morávamos sozinhos fazia algum tempo- e fui para a rua, onde estou escrevendo isso agora. Bem, moral da história: Sabe o amiguinho que você zoava? Pois é, ele pode virar um monstro por sua causa.Somos todos iguais... Eu quero matar mais... Assinado, Santoriun"

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Psicopatia Insana




Eu sinto meus olhos vermelhos


Eu sinto necessidade da morte em minhas mãos


O sangue jorrando de pescoços que eu mesmo matei


Nada em vão


Divertido pensar




No quanto gritaram


Me entorpecendo de prazer


Seus cortes aflorando de suas peles


Minha adaga ainda jaz em seu peito


Oh, que alegria


Assistir a tudo isso sem me dar conta


Que o real prazer é sair por aí saciando o que chamo de sede


Sincronia perfeita e mortal


Olhos vermelhos de pura maldade


Que ódio eu sinto


Por que o mundo tem que ser tão sujo?


Nenhum detetive poderá me segurar


Esse ódio aquece e alimenta meu coração imundo


Banho-me na felicidade de corpos mortos


Psicopatia insana...


Vendo a dor com prazer saindo de suas bocas


Embebedando a alma com a luxúria das vidas tiradas

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Papai...


- Papai, como é sentir amor?
- É meio ruim sentir amor.
- Por quê? Como é?
-  Você fica preocupado com a pessoa que você ama o tempo todo, não para de pensar nela e se ela te deixar um tiquinho de nada triste você chora... ou fica sem comer.
- Nossa... Acho que estou amando. E o medo? Como é? Você já teve medo?
- Depende do medo. Eu já tive medo de perder a pessoa.
- Como é aquele medo que dizem ser paralisante?
- É ruim, muito ruim.
- Ele é capaz de nos fazer matar pessoas... Né?
- Creio que sim.
- Como é sentir culpa? É algo bom?
- Nem sempre, querida.
- Como é o sentimento? É bom?
- Sim. É bom.
- Por quê?
- Sei lá, é bom.
- Você amava a mamãe?
- Amava, querida.
- Você tinha medo de perdê-la?
- Tinha.
- Você sente culpa de tê-la internado?
- Não.
- Por quê?
- Porque eu te amo. E eu não deixaria ela te matar como quase fez da última vez.

sábado, 8 de setembro de 2012

Oh, minha doce loucura



Os sinos do inferno estão me ensurdecendo

A melodia marca o momento em que o sangue pinga da minha boca

Oh, minha doce loucura

Minha filha

Cadê minha filha?

Ah, está uivando para a Lua

E eu estou sentado diante do corpo sem vida

Eu poderia ter parado

Mas não... Esses malditos sinos teimam em queimar meus ouvidos

Minha família vive por aqui

E às vezes infernizam os humanos

Reis, duques, condes, de tudo

Essa é a minha vida

Linda e sanguinária

Divertida e chata

Faminta e sedenta

Oh, meu doce narcisismo

Que belo romanstismo

Me traz aqui

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Olhos Verdes


Olhos verdes
Como faróis
Eu esperei o dia inteiro
Brilhando, guiando meu coração
Eu os amo por inteiro

Esmeraldas lapidadas
Elas me deixam felizes
Lindas, cegas, brilhantes
Amo tanto... Eu não quero deixar você
Eu não quero esquecer você

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Homem sem fé


Eu vago sozinho
Com minha cabeça de ferro
Abandonado, irado
Um demônio sanguessuga
Eles julgaram muito mal
Esse ser infernal
Eu sei o quão falso eram
E porque o fizeram
É desagradável pensar
Mas dá vontade de matar
Com seu pescoço a sangrar
E a minha sede saciar

Eu queria dizer
Que não guardei rancor
Mas na minha alma
Não há mais amor
Diziam ser meus amigos
Agora inimigos
Enganados pela dor
Eles vão ver o que é terror