terça-feira, 26 de março de 2013

Yesterday...

I don't love you... Like a did yesterday...
Aquela frase ainda está na minha cabeça
Fresca e decorada
Para voltar e me assombrar cada vez que ouço

Ela foi embora
E me deixou uma névoa em forma de lebre de olhos verdes
Eu a deixei na proteção dos monstros embaixo da cama
E fui embora
Ela ficou a mercê de Deus

Eu olhei de relance para trás e a vi chorando de ódio
Meus passos enfraqueceram e não consegui respirar

O ballet da tristeza eu aprendi
A dança da frieza eu dancei
E ela assistia sentada

Aqui não há espaço para arrependimentos
Mas meu amor estraçalhado te acompanha sem saber exatamente onde você está
E eu ainda choro
Porque o verdadeiro amor não morre

sexta-feira, 15 de março de 2013

Céu azul

O céu não está azul para mim
Eu não quero que seja assim
Eu não quero que seja assim

Eu quero que todos os seus sonhos se realizem
Num lugar que eu não possa tocar
Num lugar que o pote de ouro se encontra no final do arco-íris

Eu quero só você
Eu quero você aqui

Eu não tenho um plano B para isso
É você e pronto
Você não pode se prender a mim e ao meu mundo de loucura

Eu não tenho um plano B para isso
É você e pronto
Você não pode se prender a mim e ao meu mundo de loucura

Eu sou um homem mal que pega o coração do outro e o amassa entre os dedos
Mas agora estou sensível
Sem forças
Sem cores

E você, sopro de luz
Você me tornou uma pessoa melhor
Quando você me beija
Tudo fica bem
Mas hoje
Nada disso importa

quinta-feira, 14 de março de 2013

Kaito x Gakupo

Cheguei em casa tarde da noite vindo da academia e encontrei a casa com as luzes acesas. Berrei um "Querido, cheguei", mas ninguém respondeu, tampouco ouvi passos eufóricos até mim. Sorri cansado e tomei banho. Quando saí do banheiro com uma calça de pijama, caminhei lentamente até o quarto que estava com a luz acesa. Kaito dormia como um gatinho mal embrulhado e senti-me frustrado por ele ter dormido antes de eu chegar.
Desliguei a luz deixando uma fraca iluminação da sala atravessar a porta. Deitei ao lado de Kaito e o embrulhei, ele se remexeu um pouco e abriu os olhos, embebido em sono.
- Gakupo... - chamou-me. Afaguei sua nuca e o pus para dormir novamente. Afastei algumas mechas azuis de seu rosto e beijei carinhosamente sua bochecha.
Percebi o anel dourado na mão que o afagava, o símbolo da nossa união que me deixava feliz mesmo numa onda de imensa tristeza, Kaito sem dúvida era o início, o meio e o fim da minha alegria.
Tal alegria que consegui após conhecê-lo e ele abriu meus olhos e me fez jurar nunca mais ser um cafajeste, eu o devia muito, mas acho que a quantidade de amor que lhe dou é o suficiente.
Resolvi parar de afaga-lo para deixá-lo dormir melhor e deitei de barriga para cima. Batalhei tanto para ser independente das pessoas e acabei obrigado de bom grado a proteger aquele ser com medo de escuro, já podia ser considerado o paraíso na Terra.
Mas e se um dia Kaito resolvesse passar pela porta com suas coisas e nunca mais voltar?
Involuntariamente, lágrimas brotaram dos meus olhos e comecei a soluçar sem premeditação. Enxuguei a água e ele remexeu-se mais uma vez ao meu lado, abraçando-me.
- Você está chorando? - perguntou com a voz rouca e embargada.
- Nada, nada... Apenas não me deixe... - abracei-o forte e assim adormecemos.

domingo, 10 de março de 2013

Jogada no mar

Fui jogada no mar, tranquila e empurrando o desespero para um canto do cérebro. Calmamente, fui afundando, vendo meus longos cabelos castanhos flutuarem a minha frente pelos meus olhos semi cerrados.
Bolhas escapavam de minha boca. Era tudo tão surreal dentro da água... Parecia um sonho. Enquanto via meus braços a frente e a superfície cada vez mais longe, mentalizei o rosto da pessoa amada e pensei "eu te amo". O oxigênio estava acabando depressa. Concentrei-me em meus batimentos cardíacos, o coração que travara uma batalha entre bater devagar ou rápido, mas sabia que não devia me desesperar.
Então uma figura masculina e descamisada entrou na água, nadando rápido para me puxar pelo braço e interromper aquela tão encantadora e bizarra cena de quase afogamento. Rapidamente fui levada até a superfície e meu bumbum encontrou-se com a superfície dura do piso de madeira do deque.
Captei o máximo de ar que consegui por várias vezes até focar a visão no rosto de Stefan.
- O que foi isso, Elena?
Suspirei e saí o mais rápido que pude.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Doce mentira

Estou preso no banheiro
Sem conseguir encarar a face da humilhação
A face que me olha como se eu fosse uma aberração

Sem palavras, o sangue escorrendo fala por mim numa linguagem muda
Eu não acredito num novo amanhã

O que você fez para merecer isso?
O que o escuro da perdição lhe diz sobre aquela alucinação?

A sua doce infância
Repleta de pétalas de rosa
E as rosetas de água que escorrem ao seu nascimento
Você lembra da alegria?

O mundo estraga
Apodrece e te leva junto
Aquela sua inocência levada embora
Substituída pelo olho da solidão

O coração da sua mãe floresce em felicidade
Ela acreditava em seus vários anos de vida
Ela acreditava que não seriam interrompidos
Doce mentira

O rosto do estuprador
Você lembra muito bem
O sorriso e o toque salgado do desespero
O que te faz ter ódio dele?

A vontade de agradecer aos seus amigos só faz aumentar
O veneno à sua frente te faz pensar

Eu achei amigos bons e verdadeiros
Eu encontrei problemas pelo caminho
Eu encontrei o caminho da doença
E eu não sei se encontrarei o sol amanhã