O Mar era um homem alto, de barba por fazer que emoldurava seu rosto tempestuoso, cabelos negros, longos no meio das costas e constantemente úmidos que pareciam flutuar como se sempre estivesse debaixo d'água. Usava várias camadas de roupas por baixo de um sobretudo preto fechado e uma bota que escondia seus pés muito diminutos em relação ao resto do corpo.
Ele reinava nas profundezas da água, escondido dos olhares humanos e tentava a todo custo proteger as criaturas marinhas. Anos e anos assim, até que ele decidiu ser a hora de ter alguém que reconhecesse seus cuidados.
Dessa forma, subiu até a superfície e escolheu a família que conceberia seu herdeiro. O Mar iria acolher a criança com todo o carinho e dá-la dons especiais.
Nove meses depois, uma surpresa: era uma menina. Uma menina com os mesmos aspectos do senhor do mar, grande e saudável.
Ele a acompanhou de perto, pois frequentemente ficava sozinha. Deu a ela um irmão espiritual que serviria de escudeiro e melhor amigo.
A menina cresceu com os ensinamentos do pai, mas algo estava errado: ela tinha medo do mar. Amava a água, mas tinha medo de afundar.
Descobriram que ela tinha asas e assim não seria possível nadar, pois nascera para conquistar o céu. Esse seria seu grande legado.
E como todo pássaro que sai do ninho, ela deixou o dela para construir o próprio.
domingo, 7 de junho de 2015
O Mar
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