domingo, 30 de dezembro de 2012

Carniça

Ah me devorem
Seres carniceiros
Destruíram minha alma e quase a reduziram em pedaços
Ainda não os aniquilei
Mas vocês, meus amados corvos
Irão ver uma estranha ascensão acontecer

Eles não vão me perseguir na minha cabeça
Tentam, tentam
Mas não sabem onde erram
Inviolável cabeça
Será que estamos tão seguros assim?

Estou em ruínas
Mas não se pode dar o último suspiro se a sua espada estiver caída
Perto de você
E tiver chances de lutar
Não deixe o inimigo revidar

Quando todos te abandonarem
Seja seu próprio redentor
E jure a si mesmo que nunca vai se decepcionar
Aliados ou inimigos
Pode parecer depressivo
Salve-se

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Lua de sangue

Os monstros não têm medo da luz
Os monstros têm medo da sua escuridão

Sua cabeça dói, eu sei
Amo você, meu amor
Não deixe esse ódio tomar conta de ti

Os fantasmas do seu passado
Eu não vou deixar te pegarem
Muito menos te perseguirem

A lua toma controle do seu sangue
Eu sei como é isso
Mas nem os piores demônios vão te tirar de mim

Hailie's Lullaby

Eu olho pra Hailie, eu sei que ela nunca me abandonaria
Ela é minha vida

Acho que eu não seria nada sem ela
Não tem ódio meu que não seja curado por ela

Minha querida Hailie
Em suas mãozinhas me perco numa paz imprevisível

É o mar em que me afogo em amor

Minha filhinha tão parecida comigo
Cuidado para não cair da árvore
Maçãs não são confiáveis

Cheshire's Lullaby

Eu escuto o triste sussurro do bater das asas perto de você
Não se sinta sozinho nem por um minuto
Tem sempre alguém te chamando
Na alameda dos sonhos

Eu sei o que está pensando
Não se sinta culpado
Compreendo perfeitamente
Seu coração imaculado

Ouço sua respiração
Consigo ouvir seus pesados batimentos cardíacos
E cada pecado cometido está a mostra
Não te culpo por nada

Por sorte ainda reconheço seu rosto
Sim, seria impossível não lembrar
Estamos todos loucos

Eu sinto você se remexendo na cama aos pesadelos
Estou querendo sugá-los, você deixa?

Já vejo seu semblante pálido iluminado pela lua
Tranquilo e repousando

Bella's Lullaby

Como barulho de asa de fada
Sua voz é assim
Sinos celestiais
Encantadores
Virtuosos

Mas agora descanse, minha amada rainha
Sua beleza é perfeita como a noite
Você é única
Ímpar e envolvente

Mas agora durma, minha querida mãe
Durma para se aprofundar em sonos tranquilos
Ou revelações tortuosas
Estaremos aqui para lhe socorrer caso a asfixia seja presente

Não se esqueça, nós amamos você

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Amigos?

Eu precisei de ajuda
E você me virou as costas

Eu precisei de apoio
E você me abandonou


Depois de eu ter depositado toda a minha confiança em ti
Eu me vi sozinho numa estrada fria de arrependimento
Pensei que fôssemos amigos

Eu sempre te colocava em primeiro lugar
E você, como um coelhinho assustado
Foi correndo se refugiar na toca
Foi saltitando rápido ao lado da mamãe

Aaah, mas agora eu não quero mais saber de você
Palavras ditas são perdoadas por quem falou
Mas eu ouvi
Eu sofri ouvindo e isso me afetou
Mas você não vai sair dessa maldita toca até eu explodi-la

Há muito tempo eu te conheci
Há muito tempo você foi me conhecendo
Mas hoje eu me arrependo, bebê
Eu vejo sangue em todo lugar mas não é dos seus tiozinhos que me atormentam de madrugada porque pensei em te proteger
É, eu os vejo

E eu estou muito puto
Você não vai nem querer saber

E mamãe, me desculpe
Mas não se preocupe
Um beijo pra vocês

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Não são amigos imaginários

Eu não tenho medo
Eu não vou parar se as luzes desligarem
Não importa se estou louco, se estou errado, o que importa é que eu nunca deixei de tentar ajudar

Diante de tanta ignorância

Vou juntar minhas palavras para formar versos
Porque um dia quero ler isso
E ter certeza que não sou uma pessoa ruim

Não são amigos imaginários
Se não acredita na porra da verdade
O problema é seu
Seja feliz e não me atrapalhe
Não lhe desejo o mal

Palavras não ditas
São informações silenciadas
Eu sei, eu os ouço
Eu os sinto
Eu mal consigo vê-los
Mas eu sei que eles estão ali

Minha garganta queima tentando buscar apoio
Os únicos têm olhos claros
Merecedores das coisas boas

Não perderei meu tempo com pessoas idiotas
Amizades perdidas
Mas, eu não vou parar de tentar ajudá-los
Mesmo que seja tudo mentira da minha cabeça
Meu único intuito é conseguir ajudar

Eu tenho provas
Eu posso mostrar
Mas de que adiantaria?
Se pela sua hipocrisia não acreditaria no que lhe rodeia
O incrível mundo que somos capazes de ver

Coisinha de nada


Meus olhos estão perdendo a cor
Estão opacos
Meu coração inútil merece ser jogado fora
Tudo é tão depressivo
Tão cinzento
Estou queimando por dentro
Minha cabeça mergulhou nisso tudo novamente
Eu perdi a fé
Olhos verdes é o único que consegue me alegrar
Mas não vai demorar para ele ir embora

Aprenda que se você quiser ajudar
Vão repudiar de você
Lixo, inútil, é do que vão te chamar
Porque eles te julgam mal

Meu peito dói de indignação
É melhor andar com os loucos do que com os falsos
Falsos, hipócritas
Esse mundo está podre

Eu tentei

Eu quero deixar esta vida
Para não ser um fardo para ninguém
Eu sei que não vão dar falta

Eu tentei ajudar

Eu tentei afastá-los do que fazia ruim
Mas me atacam como se eu fosse o vilão
É horrível confiar numa pessoa e depois ver que ela era a pior das pessoas para confiar

Eu tenho errado?
O que eu fiz de errado?
Não sou tão estranho assim...
É só que quando tudo estava bem
Um demônio vem e destrói

domingo, 28 de outubro de 2012

Desert Eagle






A Desert Eagle é uma pistola semi-automática, de ação simples, que utiliza vários calibres, sendo eles .50 Action Express (.50AE), .44 Magnum, .357 Magnum, .22 Long Rifle (.22LR) esta última, de competição, chamada de “Baby Eagle”.



História


Iniciada e patenteada pela Magnum Research Inc, foi refinada pela IMI (Israel Military Industries) agora IWI (Israel Weapon Industries) e hoje também produzida por esta empresa. A Desert Eagle faz inúmeras aparições na cultura popular. Nos videojogos, títulos como Call of Duty 4, Counter-Strike, Hitman: Blood Money, Max Payne, Resident Evil, Far Cry (neste caso, conhecida como Night Hawk), Grand Theft Auto: San Andreas e Devil May Cry fizeram-na famosa, assim como os filmes Matrix (nas mãos do Agent Smith), Snatch (Snatch – Porcos e Diamantes), a série Supernatural (Sobrenatural) e apareceu em Death Note, sendo a arma usada por Mello (Mihael Keehl) entre muitos outros.



Características

Apesar da sua reputação como uma potente arma de fogo, é, mesmo sendo deveras potente, uma arma inviável para o combate devido ao seu tamanho, calibre exagerado e som produzido (é, na verdade, proibida em algumas carreiras de tiro). Para além disso, mesmo para utilizadores experientes, provoca um enorme “coice”.

A verdade é que esta arma tem um grande poder derrubante (capacidade para rapidamente deter um oponente) e é excepcionalmente certeira para uma pistola. Ambos estes casos devem-se quase exclusivamente à natureza da munição usada que, em qualquer dos calibres, é uma munição pesada para uma pistola. A arma é sobretudo usada para competições, tiro ao alvo e caça (menos comum).

As munições utilizadas pelas Desert Eagle’s são utilizadas em revólveres, diferentemente das outras pistolas que utilizam cápsulas configuradas exclusivamente para pistolas. Por esses e outros motivos, é a arma de mão mais potente em existência.

sábado, 27 de outubro de 2012

Canção dos Coelhos Escrita Pelo Ben

Coelhos... afofar, dar comida, cenourinhas todo dia
Orelhinhas pra fora, dentinhos pra dentro, não mordam o tio Ben
Seus fofinhos, bonitinhos e mansinhos
Vamos dominar o mundo juntinhos

Oi Amor


Oi amor
Eu gostaria de dizer que eu amo você
... Que meu coração seria vazio sem sua existência
... Que seus olhos verdes me mostram o melhor que a vida poderia me oferecer
... Que você é quem eu quero no meu futuro

Eu sinto que precisava de algo
Algo para preencher minha alma
Eu estava tão incompleto antes de te conhecer
Não era como se estivesse realmente vivo
Mas agora eu entendo
Que tudo o que eu precisava estava me esperando paciente
Necessitando de carinho

Bem, agora eu tenho alguém me esperando em casa
Preocupado se vou chegar ileso

Isso é amor
Um amor que eu nunca tinha sentido antes e você me ensinou
É verdadeiro e implacável
Ninguém pode nos separar

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Lágrimas Rolando na hora da aula

Ela não se dá ao trabalho de esconder
Como todo mundo faz
Ela é uma princesa descoroada pelo namorado
Ela merece alguém que a valorize, isso eu sei
Ela chora e todo mundo vê

Mas poucos se importam
Ela é uma menina de ouro que precisa de atenção
Ela tem o nariz vermelho de tanta lágrima rolar
Todos estão rindo envolta dela
Enquanto a bela garota pensa no que fazer
É bom vê-la sorrindo
Vamos vê-la crescer
Vamos vê-la se reerguer
Eu não posso me aproximar
Drew, continue ajudando

sexta-feira, 19 de outubro de 2012


Fadinha

Minha fadinha...
A noite está linda
Talco nos pés
Carinha rechonchuda
Uma voz mais linda que sinos

Minha pequena
Vou te embalar numa doce canção
E nesta noite serei dono do teu coração
Amarguro-me quando não lhe tenho em minha presença
O aroma dos seus louros cabelos invadem meu consciente
Meu peito dói com o disparar das batidas
Querida, não vá embora agora
Meu amor por ti, puro e intacto
Espera por horas, dias, milênios
Por pelo menos um sorrisinho torto dos teus rubros lábios
E parece que o tempo parou
Fadinha Beatriz

domingo, 30 de setembro de 2012

Sr. Anjo

Que ele te vele em seus sonhos
Seus olhos verdes descansam serenamente
Um sorriso tirado do meu rosto
Quero que fique bem
Que seu sono seja doce nesta e todas as outras madrugadas
Rosto corado e tocado delicadamente pelos meus dedos
Necessito te acariciar
Um beijo na sua testa para acalmar
Pesadelos tortuosos espantados por mim
Eu disse que queria te proteger
Eu falei sério
Mesmo com tudo isso acontecendo
Eu encontro um tempo para pensar nisso
Não quero que acorde
Parece um anjo dormindo
Ainda que meu tempo acabe te observando
Eu voltarei na noite seguinte

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Não finja que está tudo bem

Não finja que está tudo bem
Devia saber que não deveria esconder a verdade
À mostra embaixo dos seus olhos
Isso no meu rosto são lágrimas
Isso no chão é o meu sofrimento reprimido


No verão eu não quero usar vestido
Eu não quero ir à praia
Está frio aqui e meus irmãos entendem
Por que você também não pode entender como uma criança de 6 anos?

Não piore as coisas
Não deixe as coisas como estão

Meu quarto está pintado com flores
Isso é degradante
Humilhante
Esse mundo não é meu
É o que você insiste em me fazer gostar
É o que você insiste em me fazer acreditar

Não diga meu nome de batismo
Ele não vale nada
Ele nunca foi meu
Eu tenho medo de tê-lo para sempre como uma perseguição

Pai, por que não entende o que realmente sou?
Mãe, por que brinca tanto com isso?
Pais, por que querem tudo do seu jeito?
Por que acham que meus braços estão mutilados?
Por que acham que estou chorando agora?
Não me obriguem a sorrir novamente
Como se tudo estivesse bem

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Ninguém entende meu pai


Quando nasci minha mãe não me quis, fui deixada na floresta para morrer. Mas graças a Deus fui achada pelo meu pai.
Eu cresci vendo ele andando de um lado pro outro com seu terno elegante e sua alta estatura, eu nunca sabia o que ele estava sentindo, não conseguia decifrá-lo, mas fui me acostumando. Ele me ensinou tudo, a ler e a escrever, a cuidar dos animais que volta e meia eu achava ferido na mata, a vida do outro lado do bosque, tudo do essencial.  A floresta tinha muitas árvores altas com galhos compridos e eu gostava de brincar ali, mas papai me falava para não ir à noite, existia a lenda de que seres armados até os dentes viriam para me pegar e eu nunca mais retornaria para casa.
Lembro que papai saía à noite dizendo que ia se alimentar daqueles seres armados que teimavam em adentrar nossa floresta, eles eram invasores. Eu me encolhia na cama e não sentia medo, sabia que nada me faria mal na nossa pequena cabana com meu pai à solta.
Lá pelos meus 6 anos comecei a me sentir solitária. Perguntei a ele se conhecia mais alguém como eu.
 - Leslie, se quiser eu consigo alguns amiguinhos pra você. - acolheu-me com um de seus braços longos.
A verdade era que papai também andava muito solitário, apenas eu como companhia e nunca tinha o visto com uma mulher.
 - Pai, por que você não se casa? - indaguei, enquanto sentávamos num tronco de árvore caído.
 - Porque não há mulheres da minha espécie.
 - Hm...
Papai também era cego, mas ele sentia tudo ao redor com seus tentáculos grandes, pretos e elásticos nos quais adorava me balançar quando eu era bebê. Ele disse que podia "ver" através deles, eu, como uma boa filha, me surpreendi e achei o máximo tal capacidade.
No dia seguinte, estava brincando do lado de fora da cabana e ouvi papai chegando. Levantei-me das folhas e percebi, com os olhinhos brilhando, uma garotinha desacordada nos tentáculos dele. Ela era da minha espécie e usava um vestido rosa e cheio de terra. Seus cabelos castanhos eram encaracolados, diferentes dos meus, loiros e lisos. Papai falou que não tardaria a ela acordar, então a coloquei em minha cama.
Fiquei ali, fitando seu rosto pálido, então percebi que também era da espécie dela, também era uma armada! Eu nunca senti-me tão semelhante a alguém, será que eu também sou um monstro e papai era o único normal?
Meus pensamentos foram interrompidos pelo despertar sacolejante da menina. Ela me viu e saiu da cama, parecia querer achar a saída. Eu me levantei e fui com um sorriso até ela, ela se assustou e me empurrou, parecia apavorada.
 - QUEM É VOCÊ? EU PRECISO SAIR DAQUI! TEM UM MONSTRO À SOLTA!
Eu tinha batido a cabeça e doeu muito, lágrimas escapavam de meus olhos verdes e infantis.
Então papai apareceu enfurecido na porta, os tentáculos agitados. A garotinha gritou desesperada e ficou paralisada, ele havia a hipnotizado. Eu admirava os poderes do meu pai, mas nunca tinha os visto sendo usados.
A partir daquele momento, vi aquela garota desfalecer nos braços dele, e, bem, fiquei sem reação.
Após o acontecimento nos sentamos para conversar no tronco caído de sempre.
 - Você é um deles, Leslie, mas é diferente, é minha filha. - disse ele, calmo. - Nunca deixe ninguém te machucar.
 - Sim, papai. Você se alimenta dos armados?
 - Chamam-se humanos. Não, eu não preciso me alimentar.  Eu apenas os impeço de chegar perto e mato quem acho uma ameaça a você.
Eu o abracei e perguntei quando poderia sair da floresta para visitar o mundo humano e ele respondeu só quando eu completasse 15 anos.
Pelos próximos anos, papai sempre tentava me trazer amiguinhos, mas eles sempre me machucavam. Disse-me que os humanos o chamavam de "Homem Esguio" ou "Slender Man", eles o tratavam como um monstro, mas eles que eram os monstros, meu pai é a pessoa mais meiga e doce que já conheci e matava para proteger nossa floresta e consequentemente eu.
Mas até que um dia, aos meus 14 anos, um garoto lunático veio para a floresta por si só, parecia perdido. Ele usava grandes óculos quadrados e azuis, cabelos pretos e 12 anos. Trajava uma camisa verde, calça preta e tênis. Lembro que papai conseguia minhas roupas com as vítimas, ou as hipnotizava para comprar para nós. Eu encontrei o garotinho sentado num tronco caído, um pouquinho longe da cabana e parecia pensativo. Sentei-me com ele.
 - Olá... - ajeitei meu vestido.
 - Olá... - ele respondeu, um pouco surpreso.
 - Eu... Eu moro por aqui... E você?
 - Você mora aqui mesmo com as lendas do Slender Man? - arregalou os olhos.
 - Sim... Na verdade nunca me machucou.
 - Incrível... Bem, eu moro na cidade.
 - Como é lá?
 - É movimentado... Cheio de poluição. Por isso estou aqui, o ar é mais puro.
 - Ah sim...
 - Qual o seu nome, menininha?
 - Leslie.
 - Max.
Conversamos por um longo tempo e quando a noite caiu ele teve que ir embora, mas prometeu voltar no dia seguinte.
Cheguei em casa e papai pareceu feliz, ele devia ter me visto com Max. Eu o abracei e fui dormir.
                                                                               ***

No dia seguinte amarrei meu cabelo com uma fita que usava em ocasiões especiais, papai reclamava que eu mantinha meu cabelo na cara e não usava a fita para prendê-los, mas eu ria e não ligava para isso. Vesti meu vestido florido e soltinho e fui esperar Max no tronco.
Ele chegou meia hora depois com uma mochila amarela nas costas e uma boneca coreana nas mãos, ela parecia muito comigo.
 - Pra você. - me deu a boneca. - Não disse que seu aniversário é amanhã?
 - AH SIM! - peguei a boneca e sorri. - Agradeço, é linda. - ele sentou-se ao meu lado. - Eu quero que conheça o meu pai... - mordi o lábio inferior.
 - S-Seu pai?
 - Sim, se somos amigos... Na verdade, você é o primeiro amigo que tive.
 - Nossa, você não deve sair muito mesmo daqui... Mas então ok. Onde ele está?
 - Ele deve estar em casa agora.
 - Leve-me até lá.
Assenti com a cabeça e o guiei até a cabana. Por causa do barulho dos nossos passos, papai teria nos ouvido.
Encontrei-o cortando madeira ao longe, precisávamos de lenha para a lareira quando fica muito frio.
 - Vamos sair daqui o mais rápido possível! - disse Max, desesperado e pálido, mas falando minunciosamente baixo.
 - Por quê? - sussurrei.
 - É o Slender Man!
 - É o meu pai!
Então ele arregalou os olhos, assustado.
 - C-Como?
 - Ele me adotou, fui abandonada nesta floresta quando era bebê. Vamos, ele não vai te fazer mal.
Max tomou coragem e prosseguiu comigo.
 - PAI! - falei alto para ele escutar o chamado. Ele se virou.
Max ainda estava pálido.
 - Oi, filha... Quem é o seu amigo? - voltou a cabeça para o menino ao meu lado.
 - Esse é o Max. Max, esse é o meu pai.
 - Olá, Max.
 - O-Olá... Pai da Leslie... - relaxou um pouco.
                                                                   ***
Max tinha ido embora devido ao horário, mas pelo menos ele soube o que o "temido Slender Man" não era tão "temível" assim.
No dia seguinte eu iria conhecer a cidade com Max, já que faria 15 anos. Papai mandou eu ter cuidado, que não conversasse com estranhos -todos- e que voltasse cedo.
Eu estava animada e logo fui dormir para o tempo passar rápido.
                                                                ***
Fui sacudida por papai, ele havia preparado um bolo de morango -meu favorito- para mim, que estava sobre a mesa da cozinha. Bati palmas e o abracei, ele me desejou feliz aniversário.
Na verdade, minha felicidade estava completa: já tinha um amigo e um pai presente, mais do que qualquer coisa que eu poderia querer, visto que não tinha muitas ambições.
Max chegou mais cedo, sorridente. Parecia eufórico para mostrar cada canto de onde morava.
Papai parecia meio triste, devia ser pela sua garotinha estar crescendo, mas seus tentáculos estavam abaixados, meio que depressivos. Era como qualquer outro pai que amava sua filha estaria se sentindo no momento. Dei um último abraço nele e fui para a saída da floresta com Max. Ajeitei meu vestido, nervosa, seria minha primeira vez longe de casa.
Fui olhando para o chão, logo avistei o asfalto negro e interessante ao meu ver. Levantei a cabeça e vi prédios descascados, afinal, a cidade em que morávamos não era grande, era pacata, antiga. Logo mais humanos começaram a aparecer, andando sobre as calçadas até a esquina e um pequeno carro atravessou para podermos ir até o outro lado. Max me levou até uma loja de bonecas que pertencia a sua avó, uma senhora de 60 anos, de acordo com ele.
A loja era linda, tinha cheiro de morango e era repleta de prateleiras cheias de bonequinhas de pano, plástico e etc. Eu me encantei com tudo aquilo, provavelmente meus olhos estariam brilhando no momento.
A avó de Max veio me trazendo com um sorriso, uma boneca quase do meu tamanho. Tinha uma pele pálida, lábios rosados, olhos verdes e cabelos loiros e macios, era eu! Agradeci e visitei o segundo andar da loja, passamos o dia ali.
                                                                    ***
Voltei para casa acompanhada de Max, apesar da hora -estava quase de noite-, ele gostou de ter me levado para conhecer a cidade.
Papai já estava na mesma posição que fazia quando me esperava chegar: sentado na poltrona "olhando" para o nada. Sentei em seu colo e lhe mostrei minha boneca nova.
 - Linda, Leslie... - disse ele, sonolento.
 - Você é um ótimo pai... Só que ninguém te entende. - sorri.

Liricamente Quebrado


Quando eu acordo você não está mais lá
Você é um sonho
Você não é real
Não há nada que possa me fazer sorrir agora
Eu nunca me senti tão quebrado
Em toda minha vida eu nunca me senti assim
Eu me dei mal, amor
Nem todas as músicas podem descrever
E quando a escuridão cortante
Revela minha solitária posição
Eu penso no que podia lhe dizer
Não
Eu prefiro deixar pra lá
É um piano tocando nos meus ouvidos
Um violino debochando da minha incapacidade
Um soprano bem elaborado
Abro meus olhos
Vejo como está nublado lá fora
Nublado desde o dia que te conheci
Líricamente quebrado

sábado, 15 de setembro de 2012

Carta Psicopata


"Bem, isso não é um conto de terror ou nada parecido, mas talvez, talvez lhe faça pensar. Serei o mais breve possível, vendo que não estou numa situação muito amigável.

Nunca mexi com ninguém, eu era eu mesmo no Ensino Fundamental 1, mas as coisas naquele tempo não eram nada fáceis para mim. Meus colegas me desprezavam totalmente, xingavam, agrediam, eu sempre fui a criança gorda e feia. Não lembro em nenhum momento de ter algum amiguinho sentando do lado, então nada melhor a fazer do que sentar no fundão. Naquele tempo, eu não sabia o que era Bullying e não contava nada pra ninguém, tamanha a inocência. Lembro que gostava muito de rir, sempre sorridente... mas isso foi mudando pouco a pouco... Eu me olhava no espelho e me perguntava se tinha algo errado, será que eu era muito estranho mesmo? Será que eu era chato o bastante para me tratarem daquele jeito? Meus pais não sabiam de nada e eu não via motivos para contar, mas hoje eu sei que devia ter contado. Nunca revidei, nem ao menos sabia me defender, um completo desajeitado.

Cresci mais um pouquinho, percebi que para fazê-los parar pelo menos psicologicamente era preciso formar uma espécie de bloqueador de sentimentos, eu não precisava de amigos, eu conseguiria fazer tudo sozinho sem ninguém pra me encher, comecei a pensar que a individualização me faria crescer e eu não viraria um babaca como meus colegas, seria mais inteligente e calculista. Iriam ver no que eu me tornaria e me respeitariam, mesmo que ficassem com o mais puro medo de mim.
Com mais um pouco de crescimento, o ódio só fez aumentar, nasceu em mim um desejo sanguinário e crepitante como fogo. Minha personalidade ia se moldando como sociopática, os sentimentos se tornavam cada vez mais difíceis de entrar. Meus pais eram superprotetores, o que me deixou inseguro das coisas. Uma mistura doida, eu sei, mas assim fui criado. Minha inocência ia se esvaindo, eu teria então, tendências a matar, principalmente quem havia feito eu sofrer na infância. Mudei minha aparência - o jeito já havia mudado- e de repente as pessoas começaram a gostar de mim e me dei conta que podia tirar proveito de tudo aquilo. Colegas dando em cima de mim, os mais atraentes eu me interessava, manipulava de acordo com os meus desejos facilmente, o amor inexistia, tudo o que eu conseguia sentir era ódio e paixão, nunca amor. Teve um tempo em que cortava os pulsos, mas isso não limparia o mundo. Eu precisava limpá-lo.

Aquele ambiente de hipocrisia, fofocas, preconceito, intrigas, tudo o mais que a humanidade guardava gritantemente. Eu precisava matá-los, precisa proteger os mais indefesos dos mais fortes que repudiavam deles, mais dor e sofrimento seria inadmissível.
Minha frieza chegou a tanto que não me importaria em matar alguém, pelo contrário, me divertiria com seu sofrimento. Eu já não me importava se a pessoa ao meu lado como parceira amorosa estava sofrendo ou não, meu humor mudara para sádico, continuava me revelando como um monstro ou um demônio. Sim, demônio. Meu irmão tinha percebido isso e disse que eu não tinha coração. Na verdade eu me diverti com seu comentário e entendi como um elogio.

Meus planos de varrer a cidade das putas e bêbados era totalmente apoiado pela minha discípula e melhor amiga Alice, ela eu tinha conhecido quando criança, até ela fazia aquelas "brincadeiras" comigo, mas foi diferente, foi a mais leve que já me fizeram e atualmente somos confidentes e com uma relação de "pai e filha". O mais perto que chamam de amor eu senti por ela, para terem uma ideia.

As pessoas se apaixonavam por mim e por meu belo rosto e corpo, atrativos usados como camuflagem, enquanto minha paixão por tortura ia crescendo e se desenvolvendo. Alice me ajudava nas ideias -ela era perita nisso- e eu imaginava diversas mortes. O medo virou divertimento, então eu praticamente não sentia mais medo, e isso era muito bom ao meu ver, estava me tornando poderoso, ninguém poderia me atacar em sã consciência sem ficar paralisado. Eu já raramente ria, não era mais uma criancinha boba e desajeitada, iriam pagar pelo que me fizeram. Eu era sádico, a dor me alegrava e o desejo de matar me acertava em cheio no coração, mas ao mesmo tempo gostava de ser honesto, eu não queria ser comparado ao resto do lixo humano.

Até que eu o conheci por meio de Alice. Ele aparentemente não era ninguém interessante, então pouco me importei.  Quase um ano depois, conversando quando eu não tinha pra fazer pelo Facebook, eu percebi algo diferente aflorando em mim... Como uma bela e meiga flor nascida no meio de uma guerra sangrenta. Foi um completo baque, uma surpresa imensa, eu sabia que era amor, já tinha escutado várias pessoas falando desse sentimento até então desconhecido para mim. Foi harmonia, alegria, tristeza, algo maravilhoso e eu não teria coragem de machucá-lo, manipulá-lo... Pela primeira vez eu fazia questão de ser verdadeiro com uma pessoa e aquele garoto já era tudo pra mim. Eu contei a ele o que estava acontecendo, eu revelei meu comportamento, ele era muito especial, muito perfeito ao meu ver... Dava uma vontade inexplicável de me entregar totalmente, de tratá-lo com todo amor, carinho e respeito e muitas outras coisas sem nome. Eu não queria deixá-lo preso a mim, mas ao mesmo tempo queria que ele fosse só meu, tudo muito confuso... Se ele dissesse para eu parar com ideia homicidas eu parava, se ele dissesse para eu ficar calmo eu me acalmava, mesmo que estivesse a ponto de explodir o universo...

Mas a minha sede de sangue não cessou. E a primeira vítima... Bem...
Meu irmão tinha passado dos limites. Ele e a minha filha Alice tinham brigado mais uma vez, eles não paravam de brigar, um não suportava a existência do outro. Ele reclamou dela, chamou-a de vadia e me falou para parar de falar com ela.

Sabe... Eu consigo tolerar muita coisa, meu auto-controle sempre foi bom, mesmo que os únicos sentimentos que eu conhecesse fosse ódio e paixão -agora amor-, mas chamar A MINHA FILHA de vadia, ou mesmo deixá-la triste ou tratá-la mal, eu explodo no primeiro segundo. Meu irmão já havia chamado-a disso várias vezes, mas eu sempre abria uma discussão em que eu vencia, mas desta vez eu não resisti. Além do mais, ele sempre me irritava, não me faria falta. Ele me empurrou, eu estava cortando um queijo com uma faca e rapidamente cravei-a em seu peito. Sua face expressava o mais puro terror, não acreditava que eu realmente tinha levado-o para a morte. Não conti um sorriso sinistro, gargalhei com o prazer estabelecido e aprofundei a faca ainda mais. Girei-a, tirei-a e cortei o pescoço dele. Ele caiu no chão e nem percebi que tinha lambido o sangue da lâmina.

Corri para fora do nosso apartamento -eu e ele morávamos sozinhos fazia algum tempo- e fui para a rua, onde estou escrevendo isso agora. Bem, moral da história: Sabe o amiguinho que você zoava? Pois é, ele pode virar um monstro por sua causa.Somos todos iguais... Eu quero matar mais... Assinado, Santoriun"

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Psicopatia Insana




Eu sinto meus olhos vermelhos


Eu sinto necessidade da morte em minhas mãos


O sangue jorrando de pescoços que eu mesmo matei


Nada em vão


Divertido pensar




No quanto gritaram


Me entorpecendo de prazer


Seus cortes aflorando de suas peles


Minha adaga ainda jaz em seu peito


Oh, que alegria


Assistir a tudo isso sem me dar conta


Que o real prazer é sair por aí saciando o que chamo de sede


Sincronia perfeita e mortal


Olhos vermelhos de pura maldade


Que ódio eu sinto


Por que o mundo tem que ser tão sujo?


Nenhum detetive poderá me segurar


Esse ódio aquece e alimenta meu coração imundo


Banho-me na felicidade de corpos mortos


Psicopatia insana...


Vendo a dor com prazer saindo de suas bocas


Embebedando a alma com a luxúria das vidas tiradas

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Papai...


- Papai, como é sentir amor?
- É meio ruim sentir amor.
- Por quê? Como é?
-  Você fica preocupado com a pessoa que você ama o tempo todo, não para de pensar nela e se ela te deixar um tiquinho de nada triste você chora... ou fica sem comer.
- Nossa... Acho que estou amando. E o medo? Como é? Você já teve medo?
- Depende do medo. Eu já tive medo de perder a pessoa.
- Como é aquele medo que dizem ser paralisante?
- É ruim, muito ruim.
- Ele é capaz de nos fazer matar pessoas... Né?
- Creio que sim.
- Como é sentir culpa? É algo bom?
- Nem sempre, querida.
- Como é o sentimento? É bom?
- Sim. É bom.
- Por quê?
- Sei lá, é bom.
- Você amava a mamãe?
- Amava, querida.
- Você tinha medo de perdê-la?
- Tinha.
- Você sente culpa de tê-la internado?
- Não.
- Por quê?
- Porque eu te amo. E eu não deixaria ela te matar como quase fez da última vez.

sábado, 8 de setembro de 2012

Oh, minha doce loucura



Os sinos do inferno estão me ensurdecendo

A melodia marca o momento em que o sangue pinga da minha boca

Oh, minha doce loucura

Minha filha

Cadê minha filha?

Ah, está uivando para a Lua

E eu estou sentado diante do corpo sem vida

Eu poderia ter parado

Mas não... Esses malditos sinos teimam em queimar meus ouvidos

Minha família vive por aqui

E às vezes infernizam os humanos

Reis, duques, condes, de tudo

Essa é a minha vida

Linda e sanguinária

Divertida e chata

Faminta e sedenta

Oh, meu doce narcisismo

Que belo romanstismo

Me traz aqui

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Olhos Verdes


Olhos verdes
Como faróis
Eu esperei o dia inteiro
Brilhando, guiando meu coração
Eu os amo por inteiro

Esmeraldas lapidadas
Elas me deixam felizes
Lindas, cegas, brilhantes
Amo tanto... Eu não quero deixar você
Eu não quero esquecer você

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Homem sem fé


Eu vago sozinho
Com minha cabeça de ferro
Abandonado, irado
Um demônio sanguessuga
Eles julgaram muito mal
Esse ser infernal
Eu sei o quão falso eram
E porque o fizeram
É desagradável pensar
Mas dá vontade de matar
Com seu pescoço a sangrar
E a minha sede saciar

Eu queria dizer
Que não guardei rancor
Mas na minha alma
Não há mais amor
Diziam ser meus amigos
Agora inimigos
Enganados pela dor
Eles vão ver o que é terror

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Vingando...

Você vai pagar com sangue
Vou arrancar seu coração
Com minhas garras enfiadas e enterradas no seu peito
Sua vida se esvairá
E meu ódio sumirá
Você irá pagar
Pelo o que fez
Vai se arrepender
Sua morte está chegando
lentamente vai te consumindo....

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Que tolice a minha


Eu quero esquecer que um dia eu vivi
Eu quero esquecer que um dia nasci
Eu quero esquecer que um dia te vi
Todos diziam para eu ficar longe de você, mas, bem, não obedeci
Que tolice a minha

Ficar chorando por você
Mas, bem, eu sou um romancista das trevas
Ah, seu rostinho lindo ainda existe na minha cabeça
Seu pequeno corpo, que sumia num dos meus carinhosos abraços não se encaixam em mais ninguém
Tape os ouvidos, querida
Os fogos vão rugir esta tarde
Eu sigo minha vida, ferido
Nunca quis encrencar
Mas que culpa eu tenho de te amar?

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Lunares...


Eu fico olhando para o teto, entretenho-me maneado a cabeça pra lá e pra cá, penso nas pessoas que eu amo... Sky, Hailie, Eevee, Lucy L., Bells... Então meus pensamentos tornam-se lunares... Textos, palavras, sonhos, a luz propriamente dita, a amiga da minha filha que postou um texto meu no perfil do facebook dela (Mr.Jones & Mr.Jack), enfim... Ah, estou perdendo a aula de português escrevendo isso... Chegamos a um ponto que escrevemos coisas como essas, pensando em contos de fadas... Minha respiração leve e relaxada, meu colega da cadeira de trás irritando meus ouvidos com os Clicks da caneta -MALDITO SAM, PARA COM ISSO!

sábado, 4 de agosto de 2012

Querida Otohime


Querida, eu enfrentaria o mundo por você
Eu faria tudo pra você ficar bem
Minha Hailie, eu não deixaria ninguém te machucar, o mais próximo de amor aprendi com você
Meu papel de parede do notbook tem sua cara
Eu não confio em ninguém como confio em você
E se quiser que eu desista de tudo... Eu desisto... Só pra ver seu rosto feliz
Papai estará sempre aqui...

terça-feira, 3 de julho de 2012

3 Serentis Infernalis


Então os anjos caíram. Lúcifer com sua legião, Deus com seus arcanjos. Angelo estava destinado a ir para o céu, era um jovem humano bom, mesmo que o azar estivesse ao seu lado.
Viu seu corpo deixado de lado, sangrando na calçada. Não sentiu nada na hora, pelo menos o carro fora gentil. Suas feridas já não mais existiam, olhava para o céu e a chuva que começara a cair. Sentiu algo se abrindo atrás de si, algo semelhante a asas brancas, mas era formado de aura.
 - Angelo... Nome de anjo... - ouviu uma suave voz do nada. - Mas você nunca pertenceria a este lugar. Não com o pacto que fez em sua vida retrasada...
Angelo assustou-se, notou que algo estava muito errado. Uma sensação de paz instalou-se nele, uma sensação poderosa, quase pecaminosa. A aura branca tingiu-se de preto, as gotas de água que teimavam em tocá-lo se transformavam em vapor... thss...
 - Leve-me de volta, mestre. - disse, em pensar. Estas palavras saídas de sua boca do nada não condiziam com suas lembranças em vida. Então sua visão escureceu.
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Acordou e percebeu que estava sendo carregado por alguém. O clima era quente, úmido, mas aconchegante e até um pouco nostalgico para Angelo. O lugar era uma espécie de palácio e ia em direção a um trono vazio. Angelo percebeu que suas roupas foram trocadas, agora trajava camisa, capa, calça e tênis negros. Sentia fome também, mas não uma fome comum.
Olhou para quem o carregava. Era um ser andrógino de cabelos e vestes pretas, olhos claros e cílios longos. Do nada em sua mente um nome apareceu: "Belial".
 - Belial? - Angelo deu sinal de vida.
 - Angelo... nome lindo o seu de agora... Que bom que acordou. - sorriu. - Por favor, mestre Lúcifer pediu que você esperasse no trono.
 O moreno pulou ao ouvir tal nome. Como fora parar no inferno?
 - Lúcifer...
Angelo percebeu também que usava uma espécie de aliança na mão que segurava o pescoço de Belial.
 - Eu sou casado?
 - Hm, vejo que não se lembra de muita coisa... Você é casado com o Mestre Lúcifer desde sua morte retrasada.
 - Mas eu não sou gay... - relutou.
 - Hm... Ok. - depositou Angelo sobre o trono, sentando-o. Alguma coisa lhe disse para agradecer.
 - Obrigado, Belial.
 - Você deve estar com fome. Continua com sede de sangue ou tem medo igual ao Hypnos?
 - N-Não sei...
 - Vejamos... - Belial pegou algo gasoso-líquido do casaco, algo branco. Soprou em direção a Angelo, este intencionalmente puxou tal substância aspirando-a com a boca. Sua fome abaixava cada vez mais, sentiu sede.
 - Estou com sede...
 - Vou lhe providenciar... água, sangue, suco? Outra coisa?
 - Traga o que achar melhor.
 - Ok... - retirou-se.
Angelo foi deixado sozinho naquela sala, obsersava todos os detalhes.
 - ANGEL! - um ser andrógino de longos cabelos negros, vestes negros e belo adentrou o recinto.
Angelo sentiu seu coração bater mais rápido - ele tem coração -, sua respiração ficar descompassada, borboletas voando em seu estômago - amor. Nunca sentira isso por nenhum ser. Então o nome "Lúcifer" lhe veio à mente.
 - Lúcifer? - levantou-se com um desesperado desejo de abraçá-lo.
 - Sim... Não ganho um abraço depois de tanto tempo?
 - Sim, claro! - correu para o abraço. O cheiro exalado daquela pele o embriagou. Seu interior mais do que nunca estava em paz.
 - Meu marido. Meu amor. - disse Lúcifer. - Depois de 27 anos nos encontramos novamente. 27 longos anos sem você. Eu nunca esqueci seu rosto, seu cheiro, seus toques, seus beijos, tudo.
 - Eu me esqueci, desculpe. - quase choramingou.
 - Normal. Você precisa esquecer para amadurecer. Mas depois você vai se lembrando... Te amo.
 - Eu também te amo... Não lembro quando nos casamos.
 - Foi quando você veio pela primeira vez ao inferno. No começo não gostei de ti. - soltou Angelo para ver seus olhos. - Está sempre com esse brilho nos olhos...
 - Eu sou o quê aqui?
 - Agora és um demônio.
 - Mestre...
 - Me chame de Lúcifer.
 - Amor.
 - Bem melhor.
Para o novo demônio foi uma grande surpresa descobrir que era gay e mais ainda, ser casado com Lúcifer.
 - Não entendo... Fui religioso, minha criação foi voltada a Deus.
 - Você não poderia ir para o céu, tem um pacto conosco. O que o casamento une, ninguém separa, nem a morte.
Belial chegou com um copo.