quarta-feira, 16 de outubro de 2013

O Patrão

Eu não posso conviver com isso
Eu não posso viver com a sua morte
Se eu estivesse lá poderia te proteger
Mas não se preocupe, senhor
Eu não tenho medo de morrer
No céu, no inferno, sua companhia vou seguir

Não lembro quando fechei a janela
O sol queimava os olhos dela
E eu a protegi desde então
Ambos estamos tristes
Aceite minhas flores e este cartão

Grafitamos o muro com seu nome
Ela correu para o banheiro com lágrimas sem conter
Segurei em sua mão e ouvi o senhor dizer
Cuide dela, pois não pode me ouvir
Me desculpe, senhor, não precisa nem pedir

Ele continua sem se importar
Andando em círculos sem parar num lugar
Às vezes tudo o que eu queria era morrer
Mas o senhor mais uma vez ordenou ao tempo para me prender
Às vezes tudo o que faço é obedecer
Às vezes tudo o que faço é proteger

Eu canto dos seus lábios para ela dormir
Ela o ama muito, comecei a perceber
Mas depois ela vai ver
Que tenho o dom de desaparecer

Às vezes tudo o que eu queria era voltar no tempo
... E ainda quero voltar
Às vezes eu me recordo de que quem me protegia de mim mesmo
Era o senhor
Às vezes ela só quer desabafar
E eu juro que não quero me aproveitar

Ela dormiu querendo chorar
Uma história fui lhe contar
Para que pela madrugada ela não pudesse gritar
Às vezes eu tenho certeza de que ela só faz te amar

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