sábado, 3 de março de 2012
15º Encontro com o medo
Eu estava andando até a banca de jornais quando algo... não sei o que era, induziu-me para ir até a floresta da cidade. Era uma voz doce, doce e hipnotizante. Acho que somente eu podia ouvir, pois o resto das pessoas a minha volta agiam normalmente.
Apertei com força a faca no meu bolso e segui a melodia. A trilha era meio longa, até que o som foi ficando cada vez mais alto.
Tudo o que conseguia ver era apenas folhagem, então decidi dar meia volta.
- EI! - ouvi uma voz feminina atrás de mim.
Virei-me. Era uma garota de mais ou menos 19, 18 anos. Usava um mini-vestido de seda vermelho, esmalte vermelho, batom vermelho, sapatilha vermelha. Sua pele era tão alva que a princípio achei que estivesse morta. Seus olhos eram de um azul claro, e seus cabelos, uma tonalização escura com mechas loiras.
- Quem é você? - indaguei.
- Shimu Sekketsu. - respondeu, misteriosa.
Ela deu um sorriso, eu fiquei tonto. Shimu começou a cantar, doce e suave... o sono foi chegando, embalado levemente pelo canto...
- AUUUUUUUU! - o uivo de Sheldon ecoou entre a melodia, me despertando. - ATAQUE!
Não hesitei. Empunhei a faca e avancei na garota. Seu sorriso continuava lá, mesmo quando a esfaqueei.
- Kukuku... Diego... Nem sabe o que te espera... - e desapareceu desintegrando-se no ar.
- Quem era ela? - indaguei a Sheldon(na forma canina).
- A Dama Vermelha pode ser sinal de bom ou mal agouro... Na maioria das vezes é mal. Quando canta é capaz de enfeitiçar o outro, cuidado. - apenas disse, subindo na minha cama e em seguida, na minha barriga.
- Hm... Ela é bonita...
- Uhum... Uma beleza mortal. Acho que devo te contar umas lendas...
- Não acredito em lendas.
- Mas devia. Enquanto um ser humano tiver medo delas, elas vão existir.
- Grunf... - sentei-me, obrigando meu cachorro a ir para o outro lado da cama.
- Hoje iremos atrás do Slender Man.
- Slender Man? O homem esguio?
- Uhum. Ele veste um terno preto, é capaz de esticar-se a condições sobrenaturais e com os dedos formar tentáculos. Uma vez que os seus braços estão estendidos, as vítimas são colocadas numa espécie de estado hipnótico, onde ficam totalmente impotentes.Ele rapta, mata, e leva suas vítimas para um local parecido com outra dimensão.Não se sabe muito sobre sua origem, sabe-se apenas que ele tem a necessidade de raptar crianças, e é visto bem antes do desaparecimento de uma ou várias. Ele parece preferir lugares com névoa e áreas arborizadas, como forma de esconder-se e não ser notado. É também de salientar que as crianças foram capazes de vê-lo quando não há outros adultos nos arredores. As crianças também têm sonhos ou pesadelos sobre o “homem esguio” antes dos seus desaparecimentos. Ele aparece principalmente à noite, e quase sempre nas áreas florestais ou próximas a rios. Ele também tem sido relatado espreitando para dentro de janelas abertas e passar na frente de motoristas solitários em estradas longas e desertas.
(NOTA:http://midiadomedo.blogspot.com/2011/11/lenda-do-slender-man.html)
- Ungh, eu não quero ir atrás dele!
- Diego... Se você não for... As crianças vão continuar desaparecendo por esse país.
- Mas você disse que enquanto um ser humano tiver medo...
- Eu sei o que disse, mas confie em mim.
- ... - suspirei. - Ok...
Eu realmente não queria ir, não queria ser morto por esse tal de Slender Man. Mas já que Sheldon disse para eu ir, eu tinha que ir.
A floresta estava agonizantemente escura, e a minha outra vizinha, Lara - de 7 anos - veio comigo à mando de Sheldon, que ficava perto dela o tempo todo.
- Tio Diego, o que estamos mesmo fazendo aqui? - perguntou ela, sem um pingo de medo, mas sim de sarcasmo.
- Bem... viemos... acertar contas com um amigo. - respondi.
Olhei para cima, os galhos das copas das árvores escondiam o céu... mas espera! Os galhos não crescem de tamanho tão rapidamente!
- QUE DROGA É ESSA? - berrei, olhando para frente.
Lá estava ele, Slender Man. Não havia nada em sua face, era apenas pele. Ele se ocupara nos rodeando com seus dedos em forma de tentáculos, e eu pensava num jeito de escapar.
Mas parecia que o que ele queria era Lara, apenas tentava aproximar-se mais da criança. Talvez não teria me visto ou me achava jovem demais para ser alguma ameça.
- LARA, VENHA PRA CÁ! - chamei, mas ela parecia estar em transe hipnótico.
Corri até a menina, pegando-a no colo e tentando protegê-la dos tentáculos. Não havia escapatória, minha visão só via o negro agora, mas eu iria continuar com a garotinha nos meus braços.
- Pare, homem esguio. - ouvi uma voz feminina e infelizmente familiar.
Senti o aperto se afrouxando, e a floresta apareceu novamente.
Soltei Lara, que olhava para todos os lados confusamente.
Ao lado de Slender Man estava a chamada "Dama Vermelha", com um meio sorriso no rosto.
- Kukuku... Sheldon... desta vez você errou. - disse ela.
- Hm? - meu cachorro perguntou.
- O Slender Man não pode ser detido, o medo sempre tem que existir.
- Você não entende.
- Entendo sim.
- Eu sei que você tem medo de espelhos.
- E daí? - ela desfez o sorriso.
- Nada, só estou comentando.
- Sheldon, se o Homem esguio for detido, o que seria da humanidade?
- Ele deixou uma menino de 5 anos morto na beira da estrada sendo que estava sem pele.
- É a sua natureza. Sem o medo, o humano não poderia sobreviver.
- Esse papo tá estranho. - rosnou.
- Hm... Podem ir. O senhor esguio precisa tratar de outras coisas. Além do mais, essa garotinha não estava marcada para morrer.
- Vamos, Diego. - disse Sheldon, dando meia volta na floresta.
- Não entendo, Sheldon. Como uma garota nos regula assim? - indaguei a ele quando chegamos em casa.
- Ela... vai precisar de sua ajuda em breve. - seu olhar estava distante.
- Isso está ficando cada vez mais confuso...
(Você consegue enxergá-lo?)
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