Prólogo
Eu detestava ir a igreja, detestava ter que levantar cedo aos domingos... Mas hoje é um dia especial, eu iria me casar. Seria o dia mais especial da minha vida.
Meu vestido estava lindo, meu cabelo tinha véu e grinalda. O vestido branco possuía uma cauda curta e as mangas só vinham até metade dos braços.
- Está linda, Valentina! - minha prima Bella me elogiou.
- Obrigada! - sorri, vendo nossos reflexos no espelho.
Eu tinha o apelido de "Boneca de porcelana" por causa da minha aparência, pele cor marfim, olhos castanhos, cabelos negros e beleza suave.
Fazia tempo que eu conhecia Thales Ludwig, tempo demais para nos apaixonarmos loucamente e então, nos tornarmos noivos. Nossas famílias eram ricas e... bem... uma queria a riqueza da outra, mas o que sentia por ele era verdadeiro.
- Vamos Valentina, já estamos atrasadas! - Bella alertou-me. - Vou te esperar lá embaixo.
Eu a vi saindo do quarto e eu ajeitei mais uma vez a grinalda no alto da minha cabeça. Alguns segundos depois Elizabeth, minha irmã mais nova, aparaceu.
- Oi Eliza! - cumprimentei-a, ela parecia nervosa. - O que foi?
- Você não vai se casar com o Ludwig.
Antes que pudesse dar uma volta para fitá-la eu senti algo em minhas costas.
...
...
- RECÉM CHEGADA! - a paz reinava em mim, nenhuma dor me consumia.
1º Capítulo. - (ficou curto, mas é apenas o primeiro)
Eu odiava ir a igreja, mas hoje seria o ensaio do meu casamento com Lyra Valentim.
Eu estava adiantado, bastante adiantado. Enquanto esperava a carona fiquei no jardim de casa tragando um cigarro, pensando na ganância de nossas famílias - minha e da minha noiva -. Éramos ricos, a minha mais um pouco do que de Lyra, mas bastava para quererem se interessar uma pela conta bancária da outra.
Eu não podia dizer que não gostava de Lyra, era bonita, seus cabelos ruivos desciam em cascata até sua cintura, abaixo de seus olhos a pele era encrustada de sardas e suas orbes azuis cintilavam destacadas pelas suas características faciais. Era inocente, incapaz de machucar alguém ou até mesmo uma mosca.
Uma chuva grossa começara a cair, e meus cabelos negros - que chegavam à nuca - e extremamente bagunçados assentaram com a água, fui para dentro de casa me secar.
- SÉRGIO, CADÊ VOCÊ? - ouvi a voz de Yuuhi do lado de fora, abafada pelo som da chuva.
Apressei-me para encontrá-lo, fomos correndo para o carro.
- Animado? - perguntou ele enquanto dirigia.
- Olha a minha cara e vê se estou...
- Tá... Parece emburrado... - sorriu. Ironia não era com ele.
Yuuhi era o primo de Lyra, mas desde sempre o meu melhor amigo. Uma qualidade marcante dele era que não havia maldade em nenhum canto de seu ser, além de sempre tentar me entender e apoiar minhas decisões.
- Desculpe, mas eu não sei se poderei me casar com a sua prima... É apenas obra de nossas famílias. - ditei a ele, apoiando minha cabeça no punho direito.
- Entendo seu lado, quem iria querer passar a vida com uma pessoa na qual não gosta? Mas nossas famílias são gananciosas, além do mais... - parou num sinal vermelho. - Temos que cuidar do futuro das gerações seguintes.
- Hm... - foi o que consegui responder e nem foi uma resposta válida.
Chegamos à Igreja desta pequena cidade. A chuva estava afinando, então só precisei correr um pouco.
- Com esta mão... - levantei um braço. - Com esta mão... - olhei desesperadamente para Yuuhi ao meu lado, ele também parecia desesperado.
Lyra à minha frente olhava-me com ansiedade, depois com decepção.
- Vamos... - o padre insistiu.
Senti meu rosto corado e todos entenderam o recado.
- Com esta mão - Lyra levantou seu braço. - Espantarei suas tristezas.
- Sua taça jamais ficará vazia... - meu coração palpitava rápido, eu não lembrava da mísera metade e nem ao menos sabia se estava falando na ordem correta.
Olhei para os telespectadores e meu pavor cresceu mais ainda e eu não consegui me conter, corri o mais rápido possível, tropeçando na barra do enorme vestido da Sra. Valentin.
- SÉRGIO BURTON, VOLTE AQUI! - gritaram lá de dentro, mas eu nem consegui raciocinar direito.
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