sábado, 25 de fevereiro de 2012
12º encontro com o medo
Creio que lá pelas sete horas da manhã eu ouvi meus pais chegando em casa.
- Au! Vou ser o melhor cachorro do mundo! - exclamou Sheldon, agitando a cauda e arranhando a porta do meu quarto, pedindo para eu abrir.
Ele desceu as escadas latindo baixo, mamãe exclamou um "quem é esse?" e papai explicou que eu tinha "adotado-o". Fui até eles segundos depois e Sheldon já lambia o rosto de minha mãe.
- Quem é esse? - ela perguntou com um sorriso.
- É o Sheldon. - respondi.
- Diego, leve as malas para o nosso quarto, por favor. - pediu meu pai.
- Sim. - assenti, pegando a mala azul e subindo as escadas enquanto meu cachorro se engraçava com meus pais.
Com minha família em casa eu não sabia se ficava com medo de Ben aprontar alguma ou seguro, por ter pessoas de confiança comigo.
- Relaxa, Diego. Por que não dorme um pouco? - indagou Sheldon.
- Eu não quero dormir.
Na verdade eu queria, mas nem que estivesse caindo de sono eu iria adormecer.
- Quando os pais de Lisa chegam? - indagou-me.
- Amanhã de manhã. - respondi, um pouco preocupado com a garota.
Noite passada escolhi marcar o local do corpo de Max com crisântemos e joguei as cinzas do homem no lixo.
- Diego, vai dormir! Seus olhos já estão rodeados de olheiras!
- As suas são mais profundas, além de você ter um corpo magricela.
- Comigo é diferente. - pulou na cama e depois em cima de mim, com a língua arfante para fora. - Além disso, eu sou um cachorro e tanto.
- Hahaha, comigo essa desculpa não cola! Pode dar certo com meus pais, mas comigo não!
- Owwn... - abaixou as orelhas. - AU AU AU! - latiu. - Hora da comida!
- Está com fome?
- Uhum!
- Vamos sair para comer?
- SIM! ARF ARF! - levantou as orelhas e balançou a cauda, pulando para o chão.
A propósito, este dia ocorreu estranhamente bem, eu e Sheldon(na forma humana) passeamos no parque, tomamos sorvete e visitamos Lisa na casa de Reita, ela estava muito melhor lá do que ficar em casa e relembrar todo o ocorrido.
Passei mais uma noite em claro, com meu cachorro dormindo ora em sua caminha, ora em baixo da minha cama, ora junto comigo.
- Diego, vamos dormir... - ele implorava com os olhos vermelhos de cançaso.
- Não, não se preocupe comigo. Volte a dormir. - eu dizia.
Então ele voltava a dormir sem insistir, já que sabia que eu não voltava atrás com as minhas decisões.
"Diego, Diego... liberte-se para mim..."
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